por Silvana Tamassia e Elaine Lindolfo
19/08/2024
O tema da equidade racial tem sido bastante debatido atualmente, com o objetivo de transformar a nossa sociedade num espaço que ofereça oportunidades equânimes para todas as pessoas e que contribua para o estabelecimento relações de respeito e tolerância.
Para contribuir com essa discussão, conversamos com Elaine Cristina Lindolfo, educadora especialista no tema sobre alguns pontos importantes para que essas discussões cheguem em cada sala de aula, passando pelo papel das equipes que compõem as secretarias de educação e como podem orientar os currículos para que as escolas incorporem a ERER em seus planejamentos e como mobilizar professores e professoras para que incorporem essas orientações em suas aulas, engajando estudantes de diferentes etapas de ensino nesta conversa, desde a educação infantil.
Conversamos, também, sobre como escolas públicas e particulares precisam se engajar nesta causa, independente do número de estudantes negros/as matriculados, já que para que possamos mudar a sociedade, precisamos engajar todas as pessoas nessa causa e não apenas a população negra.
Veja a seguir, um resumo dos pontos trazidos por ela e que estarão disponíveis em vídeo, na íntegra, em nossas redes sociais.
Para que a educação para as relações étnico-raciais se torne uma realidade nas salas de aula, é fundamental que os currículos escolares sejam vistos como elementos vivos, integrados ao cotidiano das escolas. A Lei 10.639/03, que inclui a história e cultura afro-brasileira no currículo escolar, deve ser um ponto de partida para uma abordagem mais ampla que não limite a presença negra na história ao período da escravidão. É essencial que os currículos contemplem a rica contribuição de africanos/as e afrodescendentes nas áreas culturais, científicas e filosóficas, promovendo a autoestima e o sentimento de pertencimento entre estudantes negros e negras.
Além disso, a formação continuada de professores/as é essencial para que possam desenvolver projetos, sequências didáticas e preparar materiais pedagógicos que promovam uma educação antirracista e respeitosa para todos/as os/as estudantes.
Os/as professores/as são agentes prioritários na implementação de uma educação para as relações étnico-raciais. E a mobilização desses/as profissionais envolve a criação de espaços de diálogo e escuta e a promoção de atividades que valorizem a cultura afro-brasileira. Projetos, sequências didáticas, literatura, filmes e jogos são ferramentas importantes para engajar estudantes de todas as idades, incluindo suas famílias e toda a comunidade escolar, promovendo uma visão antirracista que precisa estar presente intencionalmente nos planejamentos escolares.
Um ambiente escolar que valoriza a negritude e que oferece referências de representatividade para estudantes negros/as, contribuindo para a promoção de um ambiente educacional inclusivo e acolhedor e para melhores resultados acadêmicos nas avaliações de aprendizagem.
Para isso, a luta antirracista é uma responsabilidade de toda a sociedade, abrangendo tanto escolas públicas quanto particulares. As leis que promovem a educação para as relações étnico-raciais, como a Lei 10.639/03 e a Lei 11.645/08, aplicam-se a todas as instituições de ensino.
Portanto, independentemente do número de estudantes negros/as, todas as escolas devem se engajar na causa antirracista.
É imperativo que a consciência racial e a valorização da negritude cheguem aos estudantes antes que o racismo os afete. Isso requer um compromisso conjunto de educadores/as, gestores/as, famílias e a sociedade como um todo para promover ações que revertam o racismo estrutural e sistêmico presente no Brasil.
Assista ao vídeo em nosso canal do Youtube aqui.
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