Idadismo – como vencer o preconceito e envelhecer feliz

por Silvana Tamassia

09/10/2023

De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), que completa 20 anos em 1º de outubro de 2023, é considerada pessoa idosa aquela que tem 60 anos ou mais.

 

O objetivo do Estatuto foi organizar normas e diretrizes para a formulação e execução de políticas públicas para essa faixa etária. Além disso, a lei ajudou a dar maior atenção por parte da sociedade para esse público, que muitas vezes acaba sofrendo maus tratos ou discriminação dentro da própria casa.

 

Atualmente, pessoas com 60 anos ou mais ainda estão em plena atividade. Com o aumento da expectativa de vida nos últimos anos, uma pessoa que entra nesta faixa etária ainda está bastante ativa, muitas delas, inclusive, ainda estão no mercado de trabalho e compondo a população economicamente ativa.

 

Além disso, até 2050, a previsão é de que 6 em cada 10 brasileiros esteja com mais de 60 anos. E isso deve impactar significativamente nossa economia. Isso reforça a necessidade de repensarmos a maneira como temos lidado com nossos/as idosos/as e como as empresas têm olhado para novas contratações envolvendo essa faixa etária.

 

Atualmente, ainda vemos muito preconceito em relação a elas, carregando um certo estigma, como se após chegar a esta faixa etária nos tornássemos menos “úteis” para a sociedade.

 

E esse estigma vem sendo validado, até mesmo, quando olhamos para os sinais gráficos definidos para indicar as vagas para idosos e vemos uma pessoa com bengala para representá-la, como se o fato de termos mais de 60 anos, automaticamente nos colocasse numa situação vulnerável e com a saúde fragilizada.

 

Felizmente, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou, no dia 25/04/2018, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 126/2016[1], determinando que o símbolo utilizado para a identificação preferencial de idosos não pode mais ser pejorativo nem nivelar todos/as os/as maiores de 60 anos como cidadãos frágeis, como podemos ver na imagem abaixo.

Apesar de ainda haver um tempo para que as instituições possam se adaptar, a lei contribui significativamente para uma mudança de olhar sobre o idoso.

 

É fato que, com o passar dos anos, o corpo vai perdendo o seu vigor e, a máquina já não funciona tão bem quanto aos 20, não é mesmo? Por isso, mesmo, precisamos cuidar para nos mantermos bem e ativos.

 

Há algumas décadas, como menciona o gerontólogo Kalache (2020), a corrida da vida era bem menor, assemelhando-se a uma corrida de 100 metros, na qual saíamos em disparada e logo já estávamos no final da linha, já que a expectativa de vida da população não passava de 5 décadas. Atualmente, segundo ele, corremos uma maratona que, para algumas pessoas, tem chegado a praticamente um século!

 

[1] Fonte: Senado Notícias. Disponível em https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/04/25/simbolo-para-identificacao-de-idoso-nao-pode-ser-pejorativo-preve-projeto-aprovado-na-cdh.

 

Por isso mesmo, precisamos começar a planejar nossa velhice bem antes dela chegar.

 

De acordo com o especialista, temos alguns capitais importantes para uma velhice saudável:

 

O capital financeiro nos ajudará a ter recursos suficientes para conseguir manter uma vida digna, acesso à medicamentos e outros recursos médicos, além de poder viajar e realizar alguns sonhos. Poupar, na medida do possível, é um caminho para manter esse capital ativo.

 

O capital social é aquele que vai nos manter em contato com outras pessoas. Esse capital é cultivado, por exemplo, quando tratamos bem as pessoas, mantemos o bom humor e cultivamos as relações sociais ao longo da vida.

 

Já o capital de saúde precisa ser cultivado ao longo de toda a vida, para que possamos chegar na velhice de maneira ativa, podendo realizar as tarefas do dia a dia de maneira autônoma. Uma das maneiras de fazer isso é inserindo atividades físicas regulares em nossa rotina.

 

E você, está cuidando dos seus capitais para ter uma vida longa, ativa e saudável?

 

Acha que está cedo para pensar nisso?

 

Saiba que quanto antes você começar a planejar essa corrida, melhor você chegará ao final dela!

 

 

Referências

BRASIL, Estatuto do Idoso. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em 18 set. 2023.

O QUE  você quer ser quando envelhecer? Festival Saber Viver. Direção: Gustavo Gama Rodrigues. Realização: MashUp, 2020. 31´53´´ – Disponível em https://youtu.be/uw0PaK5QA8U?feature=shared. Acesso em 4 set. 2023.

 

 

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