A proibição de celulares em sala de aula: você é a favor ou contra?

por Claudia Zuppini Dalcorso e Michael Alfredo

26/02/2024

Na era da conectividade instantânea, no qual os smartphones se tornaram extensões quase indispensáveis de nossas mãos, emerge um debate acalorado nas instituições educacionais: a proibição do uso de celulares nas escolas. Este tema transcende os limites da sala de aula, levantando questões essenciais sobre os impactos da tecnologia no processo de aprendizagem e no ambiente escolar como um todo. A análise dos argumentos a favor e contra desta medida é essencial para compreender as implicações sociais, pedagógicas e psicológicas. Nesta discussão, é necessário ponderar não apenas os potenciais benefícios de um ambiente livre de distrações tecnológicas, mas também as oportunidades perdidas de integração das ferramentas digitais ao currículo escolar. A proibição do uso de celulares nas escolas reflete as mudanças culturais e educacionais em nossa sociedade contemporânea, exigindo uma reflexão profunda sobre os rumos da educação no século XXI.

Na nossa rede de formadores/as da Elos Educacional, abrimos essa discussão e surgiram reflexões ricas sobre o assunto. A grande maioria, 75%, posicionou-se a favor, 19% contra, e alguns ainda não possuem um posicionamento claro, totalizando 6%.

 

Quem se posicionou a favor levanta os seguintes pontos:

  1. Potencial pedagógico: Destaca-se a visão de que o celular pode ser uma ferramenta valiosa para a aprendizagem, possibilitando acesso a recursos on-line, utilização de aplicativos educacionais e promoção da interação em plataformas colaborativas.
  2. Envolvimento dos/as estudantes e familiares: Ressalta-se a importância de envolver estudantes e suas famílias no uso controlado do celular para fins pedagógicos, com diálogo aberto e participação ativa como fatores de sucesso.
  3. Utilização com intencionalidade e combinados: Destaca-se a importância de utilizar o celular de forma intencional, estabelecendo acordos e combinados com os/as estudantes para garantir o foco nas atividades propostas.
  4. Ferramenta para pesquisa e trabalhos em grupo: O uso do celular para pesquisa, trabalhos em grupo e aprimoramento de habilidades é mencionado como positivo.
  5. Preparação para o mundo digital: Destaca-se a importância de integrar o celular na escola para preparar os/as estudantes para o mundo digital, capacitando-os/as a usar a tecnologia de maneira produtiva e responsável.
  6. Evitar desigualdades de acesso: Alguns apontam que a proibição total pode criar discrepâncias de oportunidades, enquanto a integração controlada poderia minimizar tais desigualdades.
  7. Colaboração e compartilhamento: Experiências positivas são relatadas quanto ao uso do celular para colaboração entre estudantes, compartilhamento de informações e inclusão das famílias no processo educativo.

 

Esses motivos refletem uma perspectiva favorável baseada na crença de que, com diretrizes claras, diálogo aberto e uso intencional, o celular pode ser uma ferramenta valiosa no ambiente educacional.

 

Os posicionamentos contrários se fundamento nos seguintes aspectos:

  1. Riscos de distração: Destaca-se a preocupação de que o acesso a redes sociais, mensagens de texto e jogos durante as aulas pode resultar em distração significativa, prejudicando a atenção e o foco dos estudantes.
  2. Problemas de saúde e comportamento: São mencionados problemas de saúde, como aumento do tempo de uso de tela, que poderia causar problemas de visão e coluna. Questões comportamentais, como o aumento do cyberbullying, são apontadas como preocupações.
  3. Uso inadequado e sem controle: Enfatiza-se que o celular, quando usado de forma inadequada e sem controle, pode expor crianças e adolescentes a situações de risco, com a falta de supervisão adequada sendo apontada como um desafio.
  4. Existência de recursos alternativos: Sugere-se que existem recursos melhores para pesquisa, como tablets educacionais e computadores, que podem oferecer uma experiência mais controlada e direcionada para fins pedagógicos.
  5. Preocupação com o vício e dependência: Há menção à preocupação com o vício em redes sociais e o uso excessivo do celular, tanto entre estudantes quanto entre adultos, com a proibição total sendo vista como uma medida para evitar o desenvolvimento desses comportamentos.

 

Esses motivos refletem a preocupação com os potenciais impactos negativos do uso descontrolado de celulares em sala de aula, incluindo aspectos de saúde, comportamentais e de segurança.

Algumas pessoas ainda não se sentem à vontade para opinar e levantam algumas questões. Há quem reconheça a complexidade da questão e indique estar refletindo sobre o assunto, sem tomar uma posição definitiva. Outros destacam a importância do diálogo aberto entre educadores/as, estudantes e responsáveis, ressaltando que a orientação pedagógica é fundamental para um uso responsável da tecnologia. Alguns podem não ter uma posição clara devido à preocupação com os desafios e possíveis efeitos negativos, reconhecendo, no entanto, a presença inevitável da tecnologia na vida dos/as estudantes. Também é ressaltada a necessidade de formação adequada para os/as educadores/as em relação ao uso de tecnologia em sala de aula, indicando que a falta de preparo pode contribuir para a indecisão.

Essas posições neutras indicam uma postura cautelosa e reflexiva em relação ao uso de celulares na escola, refletindo uma conscientização sobre a necessidade de considerar diversos fatores antes de formar uma opinião definitiva sobre o assunto.

Em resumo, a questão permanece dividida não apenas em nossa rede, mas em todo o país. É inegável que a tecnologia se tornou uma parte inseparável de nossas vidas, e agora a questão é como lidaremos com essa realidade em nossas salas de aula. Diante desse cenário, qual é a sua opinião sobre o assunto? O debate em torno do uso de celulares nas escolas continua a desafiar educadores, estudantes e familiares a encontrarem um equilíbrio entre os benefícios e desafios dessa ferramenta a favor da aprendizagem.

 

 

Compartilhe sua opinião! Estamos buscando ampliar nossa pesquisa para compreender melhor as perspectivas e reflexões dos/as educadores/as sobre esse tema. A sua contribuição é fundamental para enriquecer o debate e aprimorar nossas práticas educacionais.

Expressamos nossa gratidão especial aos/às educadores/as de nossa rede que enriqueceram esta discussão com suas valiosas contribuições.

Andréa Araújo; Renato Cecconello; Claudia Zuppini; Daniele de Souza; Elaine Lindolfo; Grace Pereira; Janaina Sousa; Josevânia Souza; Mariangela Carocci; Regina da Silva; Sávio Augusto Magaldi; Silvana Tamassia; Solange Cruz; Vaneli Artibano; Vania Selarin e Vinicius Evangelista.

 

 

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