por Michael Alfredo e Silvana Tamassia
11/08/2025
O Dia do/a Estudante, celebrado em 11 de agosto, vai muito além de uma data comemorativa: ele é um convite à reflexão sobre o papel da educação na construção de trajetórias individuais e coletivas. Estudar é um direito garantido por lei, mas também é uma conquista diária, que exige esforço, motivação e, sobretudo, contextos escolares capazes de acolher, desafiar e sustentar a aprendizagem ao longo da vida.
Embora a Lei de Diretrizes e Bases (9394/96) tenha garantido o acesso e obrigatoriedade à educação básica dos 4 aos 17 anos, dados do IBGE mostram que uma parcela das nossas crianças e jovens ainda estão fora da escola, como podemos ver no quadro a seguir:
Segmento |
Faixa etária |
Taxa de atendimento em 2024 |
Educação Infantil |
4 a 5 anos |
93,4 % |
Ensino Fundamental |
6 a 14 anos |
99,5% |
Ensino Médio |
15 a 17 anos |
93,4 % |
Apesar da Educação infantil e do Ensino Médio estarem abaixo do Ensino Fundamental, esses números têm crescido nos últimos anos, demonstrando que o investimento em políticas públicas tem trazido resultados quando pensamos no acesso ao ensino.
Porém, o mesmo não aconteceu quando pensamos em resultados de aprendizagem, indicando que ainda é preciso muito investimento para que nossos/as estudantes possam comemorar este dia, tendo seus direitos de aprendizagem garantidos na prática. Embora as práticas pedagógicas mais inovadoras tenham buscado colocar os/as estudantes como protagonista do seu processo de aprendizagem, é importante compreender que o aprendizado não acontece de forma isolada. Como mostram estudos sobre eficácia escolar (Scheerens, 2000; Sammons, 2007), o desenvolvimento pleno dos/as estudantes está diretamente ligado à qualidade da mediação pedagógica, à intencionalidade do projeto político-pedagógico e à formação contínua das equipes escolares.
Nesse sentido, o Dia do/a Estudante também é um dia para falar sobre professores/as, coordenadores/as, gestores/as e todos/as aqueles/as que trabalham para que o ensino seja mais do que um processo de transmissão de conteúdo, mas que seja um espaço de construção de sentido, vínculo e transformação social.
E é nesse campo que a Elos Educacional atua. A partir de formações colaborativas, consultorias pedagógicas e produção de materiais voltados para o desenvolvimento das competências profissionais da equipe escolar, a Elos busca criar as condições necessárias para que o processo de ensino e aprendizagem seja mais significativo e efetivo. Quando investimos na formação de quem ensina, estamos, indiretamente, investindo em cada estudante, especialmente naqueles/as que mais dependem da escola para ampliar seus horizontes.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reforça esse compromisso ao destacar competências socioemocionais como empatia, responsabilidade, pensamento crítico e autonomia. Essas habilidades, cada vez mais exigidas em um mundo em constante transformação, só podem ser desenvolvidas em ambientes escolares que respeitam o tempo do/a estudante, estimulam sua voz e valorizam sua diversidade.
Por isso, ao celebrarmos o Dia do/a Estudante, também reafirmamos o compromisso com uma educação pública de qualidade, equitativa e humanizada. Uma escola onde aprender seja prazeroso, possível e um direito de todos e todas as estudantes do nosso país.
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Referências bibliográficas:
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Indicadores educacionais avançam em 2024, mas atraso escolar aumenta. Rio de Janeiro: IBGE, 13 jun. 2025. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/43699-indicadores-educacionais-avancam-em-2024-mas-atraso-escolar-aumenta. Acesso em: 05 ago. 2025.
ELOS EDUCACIONAL. Sobre a atuação. Disponível em: www.eloseducacional.com. Acesso em: junho de 2025.
SAMMONS, Pamela. School effectiveness: Coming of age in the twenty‐first century. School Effectiveness and School Improvement, v. 18, n. 4, p. 463–470, 2007.
SCHEERENS, Jaap. Improving school effectiveness. UNESCO: International Institute for Educational Planning (IIEP), 2000.
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