por Elaine Lindolfo
24/09/2021
Olá, tudo bem com vocês? Espero que tenham aproveitado a proposta da Abayomi para trabalhar com as crianças (clique aqui). Se puderem contem aqui como foi, para que possamos ampliar a nossa rede de partilha. Hoje abordaremos um outro aspecto das relações étnico-raciais na educação para a infância, enveredando para as ações de ampliação do percurso criador.
Para incrementar esta edição, conversei um pouco com a Andréa Araújo, formadora da Elos Educacional e especialista em arte, que trouxe contribuições valiosas para este diálogo:
Promover o conhecimento e apreciação de obras de artistas negros, durante a primeira infância é um ponto de partida extremamente significativo para que as crianças possam desenvolver uma das competências mais importantes, acerca do desenvolvimento humano: o autoconhecimento. A representatividade acolhe, engaja, e resgata as raízes, a vida e a ancestralidade. (Andréa Araújo)
Mediante esta consideração apresentada pela Andréa, podemos pensar um pouco mais em relação as oportunidades e experiências, que estamos proporcionando para os nossos bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas, no que se refere à apreciação artística, de diferentes obras, dentre elas de pintores negros e pintores que retratem os diferentes aspectos do povo africano e afro- descendente. Minha experiência aponta para a necessidade de estudarmos e vivenciarmos enquanto educadores, diferentes artistas, suportes e manifestações culturais, para que possamos ampliar o nosso acervo profissional, possibilitando diferentes interações às nossas crianças.
Sigamos com mais uma contribuição da Andréa Araújo:
Nota-se, nas criações artísticas elaboradas por artistas negros, elementos das diferentes culturas e, dessa forma, é possível ampliar os diálogos com as crianças. As imagens libertam a criatividade e promovem a abertura de questionamentos que podem iniciar ações protagonistas nas crianças.
Podemos observar a importância de desenvolvermos ações de apreciação artística, para que possamos atuar, como diz Andréa Araújo, como mediadores dos diálogos artísticos, possibilitando a ampliação do olhar curioso e investigativo, das obras analisadas pelas crianças, de forma que possam construir elementos que favoreçam o conhecimento de diferentes experiências, construindo seus próprios trajetos para a ampliação do percurso criador. O papel do professor/a é preponderante neste sentido, para contribuir com boas oportunidades de apreciação; de produção e de contextualização artística, na perspectiva da abordagem triangular, como define Ana Mae Barbosa.
Fonte: https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/handle/1044/337/AE%2010%20-%20DF.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Para esta edição proponho uma atividade de apreciação artística, tendo por base as obras do artista negro, Arthur Timótheo da Costa (1822 e 1922). Esta será a oportunidade de mergulharmos no universo de um pintor, em tempos de escravidão, colocando em suas telas retratos do cotidiano e do universo negro. Vamos lá!
Clique aqui para acessar a atividade.
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