por Edneia Burger
11/11/2024
Edneia Burger, gerente de projetos na Elos Educacional, é Mestre em Educação: Currículo pela PUC – SP, na linha de pesquisa de Formação de Professores, com pós-graduação em Mediações Tecnológicas pela FSA e em Gestão Educacional pela UFABC e formada em Pedagogia pelo Instituto Metodista de Ensino Superior. Atuou na rede pública como professora, coordenadora de serviços educacionais e diretora de escola, e como formadora de professores/as e gestores/as e como gerente de projetos na Elos Educacional. Neste texto, ela responde a duas importantes perguntas que irão contribuir com as reflexões sobre a formação continuada de educadores/as:
Sabemos que parte dos/as professores/as em nosso país trabalha em mais de uma escola e a falta de tempo, algumas vezes, acaba dificultando a participação em formações, mesmo que a distância.
Além disso, nem sempre as formações retratam as necessidades reais da escola e da sala de aula, trazendo reflexões e exemplos práticos para contribuir com o trabalho dos/as educadores/as, fazendo com que, alguns deles, sintam-se desmotivados/as para participar dos momentos formativos propostos pelas redes.
Diante disso, acredito que as escolas devem promover formações a partir de contextos reais de trabalho, ou seja, a partir da necessidade diagnosticada pelas lideranças pedagógicas (diretores/as e/ou coordenadores/as pedagógicos/as), que, colocando-se como parceiras podem junto com a equipe docente promover formações individuais e coletivas que, de fato, impactem em cada sala de aula e, consequentemente, na aprendizagem dos/as estudantes.
Esse diagnóstico pode ser feito por meio do conhecimento da própria equipe de professores/as, da observação de aulas, acompanhamento do planejamento de aula elaborado pelos/as docentes, resultados das avaliações internas e externas aplicadas aos/às estudantes, respostas a questionários de clima escolar entre outros.
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Considerando as escolas públicas, boa parte das redes de ensino já se adaptaram à legislação e destinam parte das horas de trabalho do/a professor/a para reuniões pedagógicas em momentos coletivos, garantindo tempo e recursos para que todos/as os/as docentes da escola possam participar dos momentos formativos.
Mas, não é somente isso que fará com que esses/as profissionais se engajem nos momentos formativos das escolas: é preciso que a formação seja produtiva, com reflexões, debates e atividades práticas, com estratégias envolventes que os/as façam protagonistas dos encaminhamentos para o aprimoramento de suas aulas.
Para isso, é importante que a liderança pedagógica elabore pautas de forma a fazer com que esse momento seja relevante e, ao mesmo tempo, prazeroso e que faça sentido no seu dia a dia.
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A tematização da prática é outra estratégia interessante e importante para trabalhar com a equipe docente, a partir do que acontece em sala de aula: nessa estratégia, os/as professores/as assistem a um vídeo e discutem as boas práticas e o que pode ser melhorado. Pode ser um vídeo de uma aula de um/a professor/a da própria escola, de outra escola ou um vídeo selecionado do YouTube.
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O aprofundamento teórico também precisa acontecer dentro dos momentos formativos e para que seja engajador e interessante, a liderança ou a equipe docente pode escolher um livro para que seja lido em capítulos e propor a apresentação, por exemplo, mensal, de grupos de professores/as (2 ou 3 pessoas) responsáveis por cada capítulo.
Percebo que a tecnologia – me refiro aqui ao uso do computador, celular, comunidades virtuais, aplicativos de mensagens – ainda é subutilizada na educação.
Imagine que você pode usar ferramentas de armazenamento de arquivos como O Google Drive e One Drive, de forma gratuita como repositório de conteúdos para professores/as e estudantes; elaborar pesquisas e avaliações por meio de um formulário on-line e ter respostas imediatas, discutindo sobre as respostas e tirando dúvidas; fazer um intercâmbio com outras escolas, inclusive em outros países, por meio de videoconferências, utilizando o Google Meet, o Microsoft Teams ou o Zoom; utilizar ferramentas de busca na internet para realizar projetos ou discutir as fontes, as fake news etc. Com isso, podemos usar o computador, tablet ou celular para todas essas ações de forma a utilizar os recursos em favor da aprendizagem. Já pensou sobre isso?
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São tantas opções, gratuitas, mas algumas questões de infraestrutura dificultam lideranças pedagógicas e docentes a viabilizar o acesso dos/as estudantes ao uso dos equipamentos tecnológicos como ferramenta de estudo, como por exemplo:
Mas, para além das questões estruturais, a falta de conhecimento dos/as docentes em relação a esses recursos, por vezes dificultam a inclusão deles em seu planejamento.
A mudança tecnológica foi muito rápida e nem todos os espaços escolares conseguiram acompanhar, tanto públicos quanto privados, em alguns casos. Ainda temos muitas discussões daqueles que são a favor ou contra o uso do celular em sala de aula, por exemplo.
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É preciso planejamento das lideranças pedagógicas das escolas para trabalhar com essas questões durante os momentos formativos, de modo a favorecer o uso adequado dos diferentes recursos tecnológicos nesse ambiente social de aprendizagem, discutindo de forma coletiva com a comunidade escolar (lideranças, docentes, famílias, estudantes, comunidade e demais funcionários) para que o uso consciente do celular e demais recursos tecnológicos aplicados à educação possa ser melhor aproveitado na escola.
Também é preciso garantir que nesses espaços de formação dos/as educadores/as, sejam desenvolvidos práticas e modelos de atividades que promovam o avanço dos/as estudantes em relação ao uso desses recursos em prol da aprendizagem, promovendo a sua inserção no mundo digital, como prevê a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), em suas competências gerais.
Em minha opinião, cada escola pode ter um ponto de partida, por exemplo, integrar elementos de gamificação, como quizzes e desafios, nas atividades de formação continuada para os/as docentes para tornar o aprendizado mais engajante e motivador e servir como modelo para o uso nas salas de aula.
A Elos Educacional tem várias propostas para formação continuada de lideranças pedagógicas, professores/as, equipes das secretarias de educação e regionais sobre esse e outros temas.
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