5 dicas para organizar o planejamento e garantir que todos/as os/as estudantes aprendam o ano inteiro

por Silvana Tamassia

10/06/2024

No início de um novo ano letivo, é crucial estruturar as aulas e o trabalho docente para garantir uma boa organização e um desenvolvimento pedagógico eficaz. Mas o planejamento não é algo estático e precisa ser revisitado a todo momento, seja no fechamento de um bimestre ou semestre, seja no início de um novo projeto.

 

Para facilitar esse trabalho, oferecemos, a seguir, algumas dicas que podem otimizar seu planejamento ou replanejamento, a depender do momento em que está vivenciando em sua escola.

 

 

  1. É primordial ter uma rotina estabelecida para o momento do planejamento com materiais de consulta previamente selecionados, como listas de livros e recursos didáticos disponíveis em sua escola. Ao preparar uma aula, isso permite acesso rápido aos recursos que podem ser integrados com diversas estratégias pedagógicas que podem ser utilizadas. Por exemplo, ao preparar uma aula de leitura, saber os livros disponíveis no acervo da escola ajuda a escolher aquele mais adequado com o que irão estudar ao longo da semana.

 

  1. Planeje atividades recorrentes ou atividades permanentes relacionadas ao seu componente curricular, preparando-se para uma sequência de aulas. É importante também criar atividades direcionadas a habilidades específicas que não demandem um período extenso, considerando a duração média das aulas de 50 minutos (para o caso do/a professores/a especialista). Por exemplo, se você é da área da Matemática, dedique sempre um tempo no início ou ao final da aula para fazer um bate bola sobre o que está sendo trabalhado, propondo alguns exercícios rápidos que possam ser feitos utilizando-se o cálculo mental. Isso ajuda os/as estudantes a fixarem conceitos e exercitar essa estratégia.

 

  1. Outra estratégia eficiente é dedicar um breve momento ao final de cada aula, cerca de 5 minutos, para ouvir os/as estudantes e avaliar o aprendizado obtido, assim como coletar percepções que possam aprimorar os futuros planejamentos. Isso assegura um alinhamento crescente do trabalho docente às necessidades dos/as estudantes e ajuda a entender o quanto as habilidades trabalhadas na aula foram realmente desenvolvidas por eles/as. Lemov (2012) chama esta técnica de “Arremate”, pois ajuda a fechar o assunto e identificar os aprendizados ou as necessidades de retomada em aulas posteriores.

 

  1. Outra dica importante é a implementação de rotinas claras e compartilhadas, como regras simples para idas ao banheiro, com um crachá que pode ser disponibilizado aos/às estudantes criando maior autonomia e menos interrupções para solicitar ao/à professor/a, ou sinais de pedido de silêncio, no qual o/a docente pode definir como irá indicar ao grupo que precisa de silêncio naquele momento, sem que tenha que ficar falando e explicando o porquê. Isso pode auxiliar significativamente na gestão da sala de aula. Técnicas como “Padrão 100%” de Doug Lemov (2012), na qual o/a docente espera a atenção completa dos/as alunos/as antes de iniciar uma atividade, são eficazes para manter o foco e a disciplina em sala de aula. Para situações de interrupção externa, a escola deve buscar estratégias para minimizá-las, como, por exemplo, comunicar recados no início do dia para todos/as os/as docentes ou utilizar um sistema de mensagens internas como os tradicionais cadernos de recados ou os grupos de WhatsApp, evitando que acessem o espaço das salas durante as aulas.

 

  1. Planeje suas aulas organizando momentos alternados de modo que trabalhem coletivamente, em pequenos grupos ou de maneira individual. O trabalho individual ou apenas no coletivo, com aulas exclusivamente expositivas pouco contribuem para o engajamento e aprendizado de todos/as os/as estudantes. Elas podem e devem acontecer, porém de maneira alternada com outras formas de organização didática dos espaços e tempos da aula. Nos momentos de trabalho em pequenos grupos (4 a 5 estudantes) garanta que todos/as participem ativamente, com tarefas que precisem, de fato, serem desenvolvidas em grupo e não aquelas em que cada um/a esteja fazendo a sua própria atividade, porém sentados/as em grupo, como se isso por si só já mobilizasse a troca e o aprendizado coletivo.

 

Essas orientações visam não apenas elaborar um planejamento eficiente, mas também criar um ambiente propício para o aprendizado e o desenvolvimento de todos/as os/as estudantes.

Ouça esse texto em formato de Podcast pelo Spotify

Gostou? Compartilhe nas suas redes!

Comente qual sua opinião sobre esse texto!

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

artigos relacionados

Inscreva-se na nossa Newsletter