educação

Ser estudante no século XXI – pós pandemia

por Silvana Tamassia

14/02/2022

Lá se foram alguns anos desde que fui aluna na Educação Básica…

As expectativas com relação aos/às estudantes, naquela época, eram bem diferentes.

 

E os recursos dos quais os/as alunos/as dispunham, então, nem se fala!

 

A maior parte do conteúdo devia ser decorada e respondida no dia da prova, o mais parecido possível com as palavras do livro. Quanto mais parecido, mais demonstrava o quanto você tinha “aprendido”!

 

Habilidades como colaboração e autonomia não eram sequer mencionadas. Elas eram necessárias apenas para realizar os poucos trabalhos em grupo que eram propostos para serem feitos em casa. Mas essa não era uma metodologia muito utilizada, ou seja, os/as professores/as não planejavam situações intencionais, as quais pudessem colaborar para o desenvolvimento dessas habilidades nos/as estudantes. Quanto mais individual, melhor, assim não havia muita conversa paralela e o silêncio era garantido para o bom andamento da aula, que estava quase sempre focada no/a professor/a.

E quando havia alguma pesquisa, nada de internet, tínhamos que fazer uma longa busca (sem buscador automático) nas páginas de uma enciclopédia e, depois, copiar tudo à mão para entregar ao/à professor/a.

 

Ainda bem que isso ficou para trás… e muita coisa nova surgiu.

 

Mas, junto com tantas novidades, vieram também os desafios. Como tentar entender os conteúdos diante de tanta informação disponível?

 

Hoje a internet disponibiliza praticamente tudo que se queira saber, tanto dentro como fora da escola. Ao fazer uma pesquisa para um trabalho é preciso saber escolher quais sites são confiáveis. Lançar mão daqueles em que há uma curadoria que já pré-seleciona os conteúdos mais adequados é uma boa estratégia, por exemplo, Youtube Edu, que disponibiliza materiais selecionados após uma triagem para disponibilizar os conteúdos mais seguros e adequados para o uso na escola ou em plataformas que organizam e disponibilizam materiais, exercícios e videoaulas por disciplinas ou áreas de estudo.

 

Outro recurso muito importante para se preparar para os desafios deste novo século é o desenvolvimento de competências que vão para além do domínio cognitivo, como as relações interpessoais, que envolvem habilidades de expressar ideias e responder aos estímulos de outras pessoas, e intrapessoais, que envolvem a capacidade de lidar com as emoções e ajustar os comportamentos de modo a atingir os objetivos.

 

Podemos dizer que as empresas contratam os novos funcionários com base em suas habilidades técnicas/cognitivas, mas o que permite que eles permaneçam no emprego são as competências inter e intrapessoais.

 

 

Assim, o desenvolvimento da autonomia, reflexão, argumentação, espírito de equipe, resolução de conflitos, adaptação, iniciativa e responsabilidade, entre outros, torna-se cada vez mais necessário.

 

Por isso, o/a professor/a precisa pensar em situações didáticas que possibilitem a vivência e desenvolvimento dessas competências, como por exemplo, o trabalho em grupo na sala de aula, e o uso de novas tecnologias que favoreçam esta interação nos diferentes espaços, inclusive fora da escola.

 

Os/as estudantes precisam desenvolver uma postura questionadora, buscando argumentar de acordo com os seus pontos de vista e com base nos estudos e referências dos quais tenham se apropriado.

 

É importante, ainda, que esse/a aluno/a perceba o seu papel dentro do processo de aprendizagem, como um ator importante e que tem uma grande responsabilidade nesse processo.

 

Além disso, é importante que o/a professor/a permita que os alunos tragam referências de sua realidade para a sala de aula, de modo que os conteúdos se tornem não só mais interessantes, como também que os/as estudantes se sintam motivados a entender e buscar soluções para situações reais, que impactem de maneira direta ou indireta a sua própria comunidade.

 

E o mais importante, sendo parte central desse processo o/a estudante precisa receber feedbacks sobre o seu desempenho a fim de que possa focar sua força nos pontos de melhoria e, assim, ampliar o seu desenvolvimento e aprendizagem.

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