A formação continuada de educadores/as como instrumento de mudança

O desenvolvimento docente tem sido considerado fator essencial na qualidade do processo de ensino e aprendizagem e na melhoria dos sistemas de ensino como um todo, já que, segundo diversas pesquisas realizadas na área da educação, o/a professor/a é o fator número 1 de sucesso na aprendizagem dos/as estudantes.

Acreditamos que a formação docente é um elemento fundamental para que possamos alcançar práticas cada vez mais exitosas em sala de aula, qualificando as práticas já existentes.

Na educação, o termo formação continuada tem sido utilizado para falar da formação que acontece em serviço, de modo a garantir que os/as educadores/as possam estar permanentemente se aperfeiçoando por meio das reflexões, estudos, trocas, entre outras ações. Foi criado pelos autores Nóvoa (1992) e Perrenoud (1993), passando a ser utilizado pelas secretarias de educação, para tratar da formação que é feita em serviço por aqueles profissionais que já passaram pela formação inicial.

Para Canário (s.d), só se aprende a profissão de professor/a no contexto da prática, no saber-fazer, o que não é possível de se concretizar apenas nos espaços da formação inicial. Por este motivo, a formação continuada é um elemento central e potente para a profissionalização docente.

As mudanças que ocorrem na sociedade e, também, na educação trazem novos desafios que demandam um novo aprendizado por parte dos/as docentes. Aprender novas metodologias, compreender como os/as estudantes aprendem e como atender às diferentes necessidades e fomentar o aprendizado de cada um/a, requerem habilidades que nem sempre são desenvolvidas na formação inicial. Por isso a formação continuada é tão importante e precisa estar alinhada com as necessidades atuais da escola que são inúmeras como, por exemplo, os baixos indicadores na aprendizagem de Matemática, a dificuldade na alfabetização de todas as crianças na idade adequada, o uso de metodologias que engajem os/as estudantes nas aulas e atitudes de preconceito relacionadas à cor/raça e deficiências que dificultam a inclusão de todos/as os/as estudantes no espaço escolar.

Essa formação pode estar a cargo das próprias escolas ou redes de ensino e precisa estar conectada ao projeto político-pedagógico (PPP) da escola, construído no coletivo e mediado pelo trabalho da equipe gestora. Para isso, é importante definir quais as necessidades formativas das equipes docentes e pensar num plano formativo que esteja alinhado à essas necessidades do contexto, além de favorecer as trocas entre docentes de diferentes áreas ou turmas. Essas ações fortalecem e legitimam o espaço escolar como lócus privilegiado de formação continuada permanente (GATTI et al., 2019).

Entretanto, muitas vezes as escolas ou redes de ensino não possuem profissionais qualificados/as e em quantidade suficiente para atender todas essas demandas. Por isso, estabelecer parcerias com organizações que apoiem esses processos é fundamental para garantir que a qualidade dessas formações faça a diferença na sala de aula, em vez de ocuparem o tempo já escasso do/a professor/a com cursos e palestras que, em nada contribuem ou se relacionam com sua prática.

Imbernón (2016) aponta que

Os adultos aprendem de maneira mais eficaz quando têm necessidade de conhecer algo concreto ou precisam resolver um problema. Isso faz com que, em cada situação, a aprendizagem dos professores se oriente pela necessidade de dar resposta a determinados problemas. Também parte do fato de que as pessoas que estão próximas de seu trabalho têm uma melhor compreensão do que se requer para melhorá-lo. (2016, p. 152).

Nesse sentido, a Elos têm desenvolvido suas formações buscando aproximar-se cada vez mais dos contextos e necessidades locais para desenhar percursos formativos personalizados e conectados com o que tem de mais inovador nas mais diferentes temáticas e áreas de ensino, mantendo sempre nosso compromisso com a qualidade daquilo que realizamos.

A experiência com diferentes realidades espalhadas pelo Brasil nos permite desenvolver formações alinhadas à essas necessidades e com resultados reconhecidos por educadores/as das escolas e gestores/as das redes de ensino. Se você ou sua rede também estão em busca de práticas inovadoras que os/as ajudem a superar os desafios existentes, a Elos pode ser sua parceira nessa jornada. Vamos juntos?!

Referências

CANÁRIO, R. O papel da prática profissional na formação inicial e contínua de professores. [s.n.], s.d.

GATTI, B. A.; BARRETO, E. S. de S.; ANDRÉ, M. E. D. A. de; ALMEIDA, P. C. A. de Professores do Brasil: novos cenários de formação. Brasília: UNESCO, 2019.

IMBERNÓN, F. Qualidade do Ensino e da Formação do Professorado: uma mudança necessária. Tradução: Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Cortez, 2016.