por Cristiana Moreira
29/05/2023
Segundo a pesquisa PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study), sigla do inglês para Estudo Internacional de Progresso em Leitura), as habilidades de leitura de estudantes brasileiros estão entre as piores do mundo.
Esta foi a 1ª vez que o Brasil foi incluído no estudo, realizado desde 2001. A pesquisa teve a participação de 4.941 estudantes brasileiros do 4º ano do ensino fundamental de 187 escolas públicas e privadas. Realizado a cada cinco anos desde 2001, o PIRLS é reconhecido como o padrão global para avaliar as tendências no aproveitamento da leitura no 5º ano do ensino fundamental. O PIRLS 2021 foi o quinto ciclo de avaliação, fornecendo 20 anos de resultados de tendências.
O levantamento foi divulgado no dia (16/05/2023) e mostrou que o Brasil está atrás de nações do terceiro mundo, como Azerbaijão, Uzbequistão e Omã, em um exame internacional que mede habilidades de leitura de estudantes do 4º ano do ensino fundamental (de 9 a 10 anos de idade).
A pesquisa nos apresenta dados preocupantes, pois evidencia que 38% dos/as estudantes brasileiros/as não dominam as habilidades mais básicas de leitura. Só 13% foram classificados/as, segundo a avaliação, como proficientes. Na prática, significa que estudantes no Brasil conseguiram ler textos simples e localizar ideias que estavam explícitas. Em contrapartida, estudantes do nível mais avançado, registrado por países como Inglaterra, conseguem interpretar as emoções dos/as personagens, avaliar o estilo do/a autor/a, fazer ligações complexas entre as ideias e estabelecer comparações mais elaboradas.
Nesse contexto, fica claro para todos/as nós professores/as, equipes técnicas das secretarias/redes de ensino, profissionais que acreditam e trabalham em prol da melhoria da educação, que precisamos intensificar as práticas da leitura. É preciso trabalharmos com urgência baseados/as em evidências e garantir que as crianças desde a educação infantil possam desenvolver habilidades precursoras da alfabetização na primeira infância, ou seja, é preciso desenvolver a fluência de leitura, o vocabulário e a compreensão de textos. Começando pela base, podemos melhorar a qualidade da leitura dos/as nossos/as estudantes.
Nessa direção, Geraldi (2006, p. 99), aponta que há três princípios necessários para cuidar da formação de um/a leitor/a. O primeiro princípio, o “caminho do leitor”, refere-se à história do/a leitor/a com os livros lidos, os passos trilhados para que se tornasse leitor/a; o segundo, chamado de “circuito do livro”, diz respeito às indicações de leituras feitas pelo professor/a, familiares e amigos/as ao longo de seu processo formativo como leitor/a; por fim, o terceiro princípio está atrelado à “leitura qualitativa”, facilitada quando o/a professor/a é um/a leitor/a e exige mais leituras de seus estudantes, pois a experiência gerada em leituras anteriores, a quantidade de livros lidos pode gerar qualidade e fazer com que as próximas leituras sejam melhores e mais proveitosas.
Partindo dessa premissa, entendemos que cabe aos familiares, à sociedade, mais especificamente à escola, a nós professores/as inserir os/as estudantes no mundo dos textos literários, constituído pelos mais diversos gêneros e suportes textuais, e levá-los/as a construir sua história de leitura, promovendo a intertextualidade, estabelecendo relações entre os diferentes textos, para que desenvolvam habilidades e favoreça sua formação como leitores/as proficientes.
Assim, no sentido de colaborar deixo aqui 5 dicas para melhorar a habilidade de leitura de seus/suas estudantes:
Considerando o que foi exposto na pesquisa e nas reflexões feitas, conte para nós, que outras ações você considera imprescindível para desenvolver a habilidade de leitura?
Realmente é muito importante o estimulo da leitura para crianças, isso irá determinar a sua trajetória no sentido de hábitos de leitura, conhecimento e experiências.
Parabéns pelo Texto!
Parabéns, Cristina!