Recompor para aprender com equidade

Introdução geral

O mundo não é. O mundo está sendo. […] Não sou apenas objeto da história, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar. No próprio mundo físico minha constatação não me leva à impotência. O conhecimento sobre os terremotos desenvolveu toda uma engenharia que nos ajuda a sobreviver a eles. Não podemos eliminá-los, mas podemos diminuir os danos que nos causam. Paulo Freire (2011, p. 74)

A pandemia ampliou um dos grandes desafios que já existiam na educação brasileira: efetivar com equidade o direito de aprendizagem.  O estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – Um alerta sobre os impactos da pandemia da covid-19 na Educação”, desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Cenpec Educação, apresenta um panorama da exclusão escolar antes e durante a pandemia e mostra que “o Brasil corre o risco de regredir duas décadas no acesso de meninas e meninos à educação”.

Com escolas fechadas em 2020, o direito de aprender foi negado a muitos/as estudantes brasileiros/as, seja por falta de acesso à internet para continuar aprendendo em casa, seja pelo agravamento da situação de pobreza, o abandono escolar e outros fatores.

Segundo o estudo, em novembro de 2020, “mais de 5 milhões de meninas e meninos de 6 a 17 anos não tinham acesso à educação no Brasil e desses, mais de 40% eram crianças de 6 a 10 anos, faixa etária em que a educação estava praticamente universalizada antes da pandemia”.

Como reverter essa situação?

Após quase 3 anos do início da pandemia, ainda são muitas as dúvidas. Ao longo desse período, professores/as e gestores/as se depararam com a necessidade de articular ações para acolher esses/as estudantes e suas famílias, recompor e impulsionar as aprendizagens. A expressão “recomposição da aprendizagem” ganhou, então, espaço nas escolas, como um caminho a ser seguido. Mas o que seria recomposição da aprendizagem? Será que recompor é o mesmo que recuperar? Como trabalhar numa mesma sala com diferentes níveis de aprendizagem? A recomposição é uma ação temporária? Qual é o papel dos/as gestores/as – diretores/as e coordenadores/as – na recomposição da aprendizagem?

Este e-book é o resultado de estudos realizados pelo “Núcleo de recomposição de aprendizagem” da Elos Educacional, que surgiu diante da necessidade de discutirmos o tema, com foco no conceito e nas ações que possam apoiar a continuidade da construção de estratégias para desenvolver a aprendizagem com equidade, ou seja, garantindo que todos/as estudantes aprendam, respeitando a diversidade, suas necessidades específicas e as diferentes formas de aprender.

Tentaremos responder algumas dessas indagações, nos mais variados formatos e linguagens. O formato de e-book em hipertexto possibilita que você, leitor, passeie pelos capítulos na medida do seu interesse ou necessidade.

Então, vamos lá!Acesse o e-book, clique aqui e confira todos os temas abaixo.

• O papel das equipes gestoras das escolas na recomposição de aprendizagem;
• Formação docente: um caminho para a recomposição das aprendizagens dos/as estudantes;
• Currículos Escolares em tempos de crise: Reflexões acerca dos processos de adaptação e priorização curricular após a pandemia de Covid-19;
• Caminhos a percorrer na implantação e acompanhamento da recomposição de aprendizagem;
• A Avaliação Diagnóstica e a Recomposição das Aprendizagens;
• Recomposição no Ensino Fundamental I e II;
• O novo ensino médio – Pontes e possibilidades para a constituição de uma juventude cidadã;
• Competências socioemocionais de formadores, professores e estudantes e a recomposição da aprendizagem;

Autores/as:

Equipe do Núcleo de Estudo e Pesquisa Elos Educacional – Ensino Médio – 2022